quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Palácio do Cardeal - Tourega

Ia de passeio numa estrada alentejana, quando avistei uma capela em ruínas no meio de uma propriedade rural, fui seguindo pela estrada até ter encontrado o que pensei  ser o caminho para lá chegar. Era uma estrada de terra batida, poeirenta e longa castigada pelo calor alentejano...no seu final estava uma pequena igreja, um cemitério, um recinto com uma ruína romana, a casa dos guardas e esta ruína enigmática e de difícil interpretação, pois o que restava da sua cantaria estava por terra ou teria desaparecido para enriquecer qualquer outra casa da região, sendo  portanto a sua traça   pouco defenida. Disseram-me que era o palácio do cardeal, o que me deu algo por onde procurar... embora já desconfiasse do D. Henrique, vim mais tarde a confirmá-lo. Há muito poucas coisas escritas sobre este monumento,  a camera de Évora não tinha nenhuns elementos e aconselharam-me a consultar o inventário de Túlio Espanca, infelizmente nunca o consegui arranjar... finalmente descobri num sitio de uma junta de freguesia um texto que me poude elucidar. Afinal tinha encontrado um PAÇO REAL!!



Nos princípios do séc. XVI instituiu a Mitra de Évora nas tranquilas terras da ribeira de Valverde, uma Quinta e Paço para descanso e retiro espiritual da câmara episcopal. Ignoramos se a ideia partiu de D. Afonso de Portugal (1485-1522), filho do Marquês de Valença, se o último bispo, o ilustre infante-cardeal D. Afonso, irmão de D. João III, finado em Abril de 1540. É evidente que já em 1514 (?) o local era habitado, porque, com a mesma data existe na cerca da actual escola de Regentes Agrícolas, uma construção gótica, certamente coetânea, do maior interesse arquitectural. 
Em 1538, o mestre de obras Álvaro Anes, executava no Paço certa empreitada, que lhe fora atribuída pelo mesmo prelado. 
No ano de 1544 D. Henrique, cardeal-infante, primeiro arcebispo de Évora e irmão do antecessor, fundou nas terras da Quinta, com portas adentro o Convento da Ordem Capucha, a que deu o nome de BOM JESUS.


1 comentário:

  1. Desde tempos remotos,que Portugal tem sido lugar de fixação de vários povos,o que,em termos de património edificado, resulta em exemplares distintos e representativos, de visita obrigatória para quem pretenda conhecer melhor a herança cultural de um povo.
    Da pré-história até aos nossos dias, vários são os testemunhos que chegaram aos nossos dias, ou não!!!!
    Ilumina esse património com Luz.
    Saudações
    Germano Fernandes

    ResponderEliminar

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...